25.6.12

fantasias de um dia de sol sombrio.

estou longe de tudo, mal vejo os raios de sol que embatem sobre o meu quarto e me ofuscam a vista. encontro-me sob uma demência tal que faz conspurcar toda a pequena letra que escrevo com as lágrimas. tal como o outro disse, "sou uma triste". sim, sou-o pois a única coisa que fiz bem feita da minha vida perdi. entreguei-a sem lágrimas aos olhos dos outros para me criticarem. vá, armei-me em forte e valente tal como sempre o fiz. não, é preferível fantasiar! o meu sonho foi rasgado cruelmente das minhas mãos sem possível defesa e eu gritei, eu lutei, juro!, sempre com esperança de o recuperar, todavia, não me canso de o dizer... era um sonho tão dourado perdido pela sociedade, pelas suas ideias de como tudo deve ser bem medido e dentro das suas idiotices. odeio-os! juro que a minha vontade era gritar em plenos pulmões a minha rejeição a tudo o que encontro em meu redor. nem os livros gastos escapam à minha loucura... nada quero perto de mim. é sujo. simplesmente, a razão reside em tudo lembrar a minha ambição orgulhosa, os tempos cor-de-rosa onde ainda eu via, mesmo que invisível, eu via... aí se não via! aquele futuro, aí, tão bonito... aí, como é este ódio tão sujo e tão louco que faz escrever num mal amado portátil onde os meus dedos tiram proveito como forma de libertarem o mal dos deuses. eu sou um erro, está visto! quanto mais quero viver, mais desfaleço, mais tropeço nestas silvas... doí-me tanto os pés, raios de espinhos que este caminho me coloca. já ontem o pressentimento me punha a testa quente. diria a minha mãe é doença! e eu riria-me com tal diagnóstico pois meu mal não tem cura. só se um de vós, com uma varinha magica, mudar tudo a meu belo prazer. com sorte, nem a vizinha de cima escapava às minhas correcção que, evidentemente, seriam sempre para melhor. enfim, nada passa de sonhos. raios!, tudo é ilusão. preciso de ar puro, frio de uma manha de inverno e do ribombar dos trovões nos ouvidos. eu anseio por um susto, mesmo que só seja para que o meu coração volte a bater e eu sinta novamente vontade de viver, dado que, de momento, eu estou somente só.

2 comentários: