27.6.12

saudade.

fui criança em tempos. um criança doce e amável. era pequena, sim, de olhos pretos com breu onde escondia as palavras pois da boca, daqueles grossos lábios vermelhos, nada sairia a não ser um imenso silencio. sei, hoje, era feliz. brincava com as bonecas no frio sótão de minha casa antiga. sozinha. decerto, criaria as minhas próprias companhias. as minhas próprias amizades saídas da imaginação fértil de uma criança de dois, três anos. sabem, recordar tais tempos é nostálgico. deixa-me com um sabor a não ter experimentado tudo o que devia na altura. parece que faltava um quase. contudo, tinha uma doçura naqueles tempos idos que nunca mais retomei a ter. não é que esta letargia após a verdade descoberta da minha realidade que me faz constatar tal. é simplesmente a verdade! a triste verdade onde me encerro que faz recordar com saudade outros momentos, momentos que hoje sinto falta, momentos que já desaparecem da minha vista pela escassez de vida que há em mim.

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