2.7.12

não foi por mal,

se de ti escrevo não é por meias palavras o que faço. traço no papel a minha letra inchada de ar, posteriormente, esticada por artes mágicas de quem não quer explicar o que se passa, quando o simples facto é quer ser irreverente, nem que apenas seja na sua caligrafia, para agradar não sei bem o porquê. deixarei o tão triste papel de lado pois de ti pede-se uma glória maior, mostrando o significado que cavaste no meu interior de uma forma que ainda hoje me deixa de tal forma aparvalhada. não sei de onde surgiste. de onde o destino te tirou e introduziu-te de uma forma tão enfadonha à minha frente. sabes que não foi atraente ouvir a tua voz nas minhas costas ou ver nas tuas bochechas o rubor de quem foi apanhado em flagrante que nem ousaste encarar meus olhos, um simples par de azeitonas, em que vinha anexado o aviso, vê-la com quem estás a falar. contudo, redimiste. lentamente e com palavras de circunstancia como de uma princesa eu fosse, falaste-me da tua vida, dos teus deleites e sonhos, dos teus medos e receios. sem tentativas de mostrares um eu ilusório, mostraste os teus defeitos antes das tuas qualidades. enfim, como rapariga de cabeça descolada do pescoço, puxaste-me para a terra mas mal sinto os pés assentes no solo. estarei a levitar num mundo diferente? é a cabeça tonta que sinto o mal que me fizeste - esta dependência pelas tuas palavras - não sussurradas mas escritas que me faz desenhar os sorrisos nos lábios vermelhos.

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